Na primeira temporada do Nex!!! estamos focando em narrativas audiovisuais que se pautem numa estrutura de “serialização”. Para isso, nossos primeiros episódios têm se concentrado em definir melhor a idéia de serialização, as distinções entre série, seriado e sitcom, bem como as relações entre o consumo seriado – que se inicia na modernidade, mas que se adensa a partir da pós-modernidade e com a contemporaneidade – e a marca de um consumo midiático contemporâneo que, ainda que inicialmente, estamos nomeando como Consumo Excessivo (nome dado pelo Pedro Curi em quem sabe um dia desenvolvido por ele e/ou por outros do grupo em dissertações e teses?!)
Enfim, explicando em miúdos, nossa hipótese é a de que para garantir uma relação de engajamento com o público, tais discursos – tão freqüentes na cultura da mídia – acabam por incorporar, tanto na temática, mas, sobretudo, na utilização de estratégias narrativas, categorias consagradas pelos gêneros que participam do que chamamos de “pedagogia das sensações” e do que Linda Williams define como “gêneros do corpo”. Tais gêneros (a saber, o melodrama, a pornografia e o horror) compartilham entre si estratégias comuns vinculadas ao modo de excesso que garantem uma relação com o público pautada no pathos e em uma lógica de engajamento sensório-sentimental. É por tal lógica que estas estratégias acabam sendo centrais para a “serialização”, fornecendo o gancho necessário para o envolvimento e a fidelidade da audiência.