Ciclo de estudos: O deboche como arma queer

Ciclo de estudos: O deboche como arma queer

O Núcleo de Estudos do Excesso (NEX) inicia neste novembro o próximo ciclo de estudos que contará com três encontros: 4, 11 e 25 de novembro, todos às segundas-feiras, das 16h às 17h30. Nos dias 11 e 25, os encontros serão híbridos, sendo a parte presencial realizada na sala do NEX no Casarão do IACS (sala C210, rua Prof. Lara Vilela, 126, Niterói), e totalmente online no dia 4. 

Neste ciclo, discutiremos textos que abordam o queer e o deboche, conceitos articulados dentro de um cinema do artifício e do superficial. No primeiro momento (4/11), leremos “A Cor do Entretenimento”, de Richard Dyer, publicado pela primeira vez na revista Sight and Sound, em 1995. É possível acessar a tradução na última edição d’A Barca, o periódico do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da UFF, disponível em https://periodicos.uff.br/abarca/article/view/64634

No segundo encontro (11/11), trataremos do dandismo dentro da obra de Sosha, realizador de Recife, por meio do terceiro capítulo, “Como dar close na precariedade” (páginas 133 a 162), presente no livro “Inúteis, Frívolos e Distantes – À procura dos dândis”, escrito por André Antônio Barbosa, Denilson Lopes, Pedro Pinheiro Neves e Ricardo Duarte Filho. O capítulo se encontra aqui https://drive.google.com/file/d/1ulvqdXA16U6g18PTICEWJUtJYZuxOGzo/view?usp=drivesdk

Por fim, no último dia do ciclo (25/11), leremos  “Cara, cadê meu falo?” (páginas 59 a 92), segundo capítulo de “A arte queer do fracasso”, de Jack Halberstam. Clique aqui https://drive.google.com/file/d/1EQXM9Zp4gysv83Lff4XmQkFUfLq21ntg/view?usp=drivesdk para ter acesso à publicação.

Kitsch, camp e o excesso

Por Bruno Roger

No nosso último encontro, discutimos os conceitos de Kitsch e Camp a luz de Umberto Eco e Susan Sontag. Alguns apontamentos nos trouxeram mais próximos a compreensão do universo das narrativas de excesso.

Primeiramente, discutimos a importância do capital cultural do sujeito como pré-requisito para a fruição de produtos culturais instituídos como de mau gosto. O exagero dos mesmos é a grande força promotora do consumo por uma classe “esclarecida”, que se envolve com outro olhar a esses produtos.

Em relação a diferença entre o Kitsch e o Camp, pode-se dizer que o primeiro está mais próximo a uma celebração passional. No qual, uma lógica de espetáculo se dá devido à relevância do valor e do conteúdo dessas manifestações. Já o Camp, molda-se por sensibilizar através de uma representação por meio do artifício. A estética, no Camp, é o alvo mais importante da fruição e o Kitsch subordina uma interpretação do observador.

O feio, consequentemente, é apenas um uso estético numa época que os referentes se perderam. E o excesso, em sua dimensão estética do artifício, da teatralidade e da aparência desenvolve-se no exagero.

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