por alepri | mar 15, 2014 | Mídia e Pornografia
Para a aula da próxima quinta-feira, 20 de março, teremos dois textos:
– Capítulo 5, “Generic Pleasures”, do livro “Hardcore, Power, Pleasure and the Frenzy of the Visible” (1989) de Linda Williams, que pode ser baixado aqui
– Capítulo 3 do livro “O olhar pornô: a representação do obsceno no cinema e no vídeo” (1996), de Nuno César Abreu, que se encontra na pasta da disciplina na xerox do IACS.
por alepri | jun 14, 2010 | NEX!!!
Por Bruno Roger
O cinema clássico narrativo, estruturalmente, utiliza uma força unificadora em sua narrativa. A realidade é apresentada por uma montagem clássica, continuidade entre os eventos e o sistema de causa e consequência. Contudo, outra lógica também está presente na modernidade – a fora do padrão, que provoca estranhamento e não se encaixa num modelo de contenção. Essa é a lógica do excesso.
Será que esses dois posicionamentos distintos dialogam entre si? Ou melhor, nenhum desses esquemas narrativos caminham separados? No NEX pensamos que não, eles não caminham separados e que sim, eles dialogam. O que seria do cinema hollywoodiano clássico sem a presença dos elementos do melodrama e do horror?
A confusão começa quando Kristin Thompson no texto “The concept of Cinematic Excess” aponta que o excesso se opõem radicalmente ao cinema clássico. Em sua leitura, aproxima o conceito de sentido obtuso de Barthes com o excesso. Entenda-se por sentido obtuso o que se mostra sem função na narrativa – não pertence a lógica estrutural da narrativa.
O grupo do NEX ao ler o pensamento de Kristin, um tanto quanto equivocado, entrou num conflito. Ora, sabemos que o excesso está inserido sim na estrutura narrativa. Sua função é presente e visível. Retornamos a Linda Williams que esclarece a constituição do excesso em duas vias: a do êxtase e a do espetáculo. O êxtase proporciona revelar o estilo de vida contido e promover o estranhamento que isso causa. Já o espetáculo, mais próximo de uma lógica moralizante, pode exibir em sua narrativa imagens estruturadas no aparato sensório-sentimental, assim, capaz de engajar afetivamente o espectador, em consequência, obter uma eficácia moral.
Com isso, percebemos que o excesso não está a parte dos mecanismos da indústria cultural. Ou seja, apenas em filmes não transparentes – os quais evidenciam seus dispositivos e jogam com essas possibilidades – se apropriam do excesso como diz K. Thompson. No corpo da narrativa clássica também convive o excesso. E essa narrativa torna a ação moralizante concreta e com significado.